Obras são fundamentais para atrair hub da TAM, disse o ministro do Turismo.
O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), disse ontem (30) que a conclusão dos acessos ao Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, é fundamental para o Rio Grande do Norte conquistar o hub (central de voos) da TAM.
"Os acessos ao aeroporto são uma questão muito grave. O acesso norte, que deveria ter sido entregue na inauguração, está sendo feito lentamente, e o sul não tem previsão. Me preocupa a conclusão dos acessos", disse em entrevista exclusiva ao portal nominuto.
Henrique Alves cobrou responsabilidade do governo estadual na conclusão das obras e no cumprimento das exigências feitas pela companhia aérea. "Não adianta ficar no campo das boas intenções. Tem que mostrar que vai realizar e como vai realizar. Acho que está faltando isso", disse.
O ministro declarou não haver disputa política em torno do investimento, mas admitiu que não tem tratado do assunto diretamente com o governador Robinson Faria. "Se houver política partidária é uma grande irresponsabilidade", afirmou.
Entrevista do Sr. ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves com Diogenes Dantas do minuto.com.
Entrevista do Sr. ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves com Diogenes Dantas do minuto.com.
Diógenes Dantas - Ministro, quais as chances de o Rio Grande do Norte conquistar o hub da TAM?
Henrique Eduardo Alves - Eu acho que são grandes porque temos o principal diferencial que é o aeroporto governador Aluizio Alves. Nem o Ceará tem, poderá ter - ganhou uma concessão que até se viabilizar demora de dois a três anos -, e Pernambuco não tem. Nós temos o aeroporto, que já foi muito criticado e hoje é bastante elogiado por sua capacidade de crescer em terminais, em fingers e área de cargas. O nosso aeroporto desponta nessa hora como primeiro e fundamental elemento para instalação do hub da TAM em São Gonçalo do Amarante.
DD - Há uma disputa [do RN] com Pernambuco e Ceará. Os técnicos da TAM estiveram em Natal recentemente para aprofundar as análises. O senhor já teve retorno da empresa?
HEA - Já. Eu sempre falo com a Cláudia Sender, presidenta da TAM, muito competente, muito capaz. Eu levei a Cláudia e o Marco Antônio Bologna, do conselho da TAM, à presidenta Dilma Rousseff para que pudessem expor a decisão de valorizar a política regional e de levar esse hub para o Nordeste brasileiro, independente de ser em Recife, Fortaleza ou Natal/São Gonçalo do Amarante.
DD - Quais os argumentos de Pernambuco e Ceará?
HEA - Eles dizem que terão um aeroporto como o nosso. Só que nós já temos. Agora, nós temos algumas dificuldades: os acessos ao aeroporto são uma questão muito grave. O acesso norte, que deveria ter sido entregue na inauguração, está sendo feito lentamente, e o sul não tem previsão. Não podemos esquecer que serão gerados de 10 a 12 mil empregos diretos [com o hub da TAM], ou seja, serão 12 mil pessoas circulando diariamente, quase uma nova cidade. Me preocupa a conclusão dos acessos.
DD - A falta dos acessos coloca em risco o investimento da TAM no RN?
HEA - A TAM esteve em Natal, Recife e Fortaleza. A decisão da empresa será técnica. Quem fizer o dever de casa e apresentar as melhores condições leva vantagem, e deve ganhar pela seriedade e confiança.
DD - Quais são as outras exigências da empresa aérea?
HEA - O custo do querosene de aviação é um ponto importante. Recentemente o RN tomou uma decisão (redução da alíquota do ICMS sobre o QAV) que o Ceará e Pernambuco já tinham tomado, e nesse quesito todos os Estados estão empatados. A TAM exige uma linha férrea [VLT] e a construção de dois a três hoteis próximos ao aeroporto para atender suas tripulações. A conversa com a TAM deve ser muito pragmática. Não adianta ficar no campo das boas intenções. Tem que mostrar que vai realizar e como vai realizar. Acho que está faltando isso.
DD - As ações do governo não estão claras?
HEA - Não sei sobre as conversas do governo estadual com a TAM. Estou fazendo a minha parte, buscando informações e procurando saber, de forma respeitosa, o que os outros estados estão fazendo nos bastidores. Eu acho que o RN não terá uma chance como essa nos próximos 50 anos.
DD - O senhor tem conversado com o governador Robinson Faria sobre o hub da TAM?
HEA - Não. Tenho tratado com os secretários da área.
DD - O senhor foi a grande ausência num encontro do governador para tratar do hub da TAM. Há alguma disputa política em torno do tema?
HEA - Não acredito. Se houver é uma grande irresponsabilidade. Eu fui convidado para o encontro do governador em cima da hora, e tinha um encontro previamente agendado com autoridades do Mercosul, em Florianópolis (SC). Não pude comparecer, mas a bancada e representantes de classe estiveram presentes. Estamos aguardando resultados práticos daquela reunião. Se tratarmos o assunto sem política partidária, nós temos tudo para ganhar o hub da TAM.
Fonte: http://www.nominuto.com
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